quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Lí e gostei e concordo plenamente com ela.

Sou ainda de uma geração que fazer um curso de datilografia era requisito básico na formação de quem estava entrando no mercado de trabalho, talvez seja eu da última geração que fez este tipo de curso.


Também fiz lições em alguns cadernos de caligrafia, para aprender a escrever em linhas retas, respeitando as margens, parágrafos, tudo para que o texto saísse bonito.

Os cursos de datilografia e os cadernos de caligrafia não devem nem mais existir, assim como está acontecendo com as cartas.

A carta tem um charme, um encantamento que provavelmente um e-mail nunca terá.

Escrever uma carta tem todo um ritual: escolher o papel e a caneta, caprichar na letra e na mensagem, dobrar o papel com cuidado antes de colocar no envelope preenchido, selar, postar... e depois? Depois o destinatário faz o mesmo ritual, afinal, estamos aguardando ansiosos pelo chamado do carteiro: “Correioooo!”.

Uma carta é tudo isso e muito mais: retrata a letra da pessoa, a personalidade, o cheiro, e até as imperfeições são bonitas. Coisas que não são possíveis ao frio e-mail, todo formatadinho, escrito em Arial 12.

A tecnologia é maravilhosa, hoje escrevo meus textos sem a preocupação de errar a palavra, mas se errar o corretor ortográfico irá tracejá-la com uma linha vermelha, e se eu não souber escrever uma carta os modelos do Word ensinam até onde colocar a saudação. Todos estes recursos escritores como Machado de Assis, Érico Veríssimo, Eça de Queiroz, jamais imaginariam um dia existirem, eles que escreviam e reescreviam seus livros, até chegarem ao ponto desejado.

Sou de uma geração de transição, da máquina de escrever ao computador, do orelhão de fichas ao celular, do LP ao CD, de brincar de vôlei e pega-pega com as crianças na rua ao vídeo game solitário, da carta ao e-mail.


Sibele Cristina de Castro Ligório
poesia@vidaempoesia.com.br


Eu concordo com a Sibele e gostava tanto de escrever uma carta... Alias eu ainda escrevo e muitas.... Mas não mando nenhuma... tenho todas guardadas... São cartas para eu mesmo ler daqui uns 10 ou 20 anos... Eu aprovo a tecnologia pelo fato de estar longe de meus familiares e amigos de Campo Grande/MS. e com a tecnologia é o que mais me aproxima deles. Mas por exemplo: Qdo estou lá com eles... Vivo aquele momento e a tecnologia é uma das útlmas coisas a lembrar.

Mart Wesner

Um comentário:

  1. Olá Mart!

    Fico em feliz em saber que gostou dos meus textos e agradeço pelas citações.

    De certa forma, estamos perdendo (infelizmente) muitas coisas boas da vida, como as cartas manuscritas, não é mesmo?

    Gosto muito da tecnologia, ela facilita a vida, pode aproximar pessoas, mas não podemos esquecer que ela é um meio e não o todo e que sempre que existe vida sem ela :)

    Abraços,
    Sibele Ligório

    sccl@e-estudar.com.br

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